Seguidores

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Estupro

Noite de início de novembro-22h- uma mulher dirige-se ao guichê da empresa Guanabara. Estatura média, pela clara, aparenta uns vinte e nove anos, cabelos médios, sorriso largo.
_Plataforma 10, poltrona 01. Horário de saída: 23h45min, Senhora. Tenha uma boa viagem!

Corri ao banheiro. Necessitava urgente de um banho.  A temperatura ambiente excedia os 40°C. Deus! Como está quente!
Sento, após o banho refrescante, em uma lanchonete para uma água de coco. Nada havia de interessante na estação rodoviária. Poucas pessoas, ocupadas, consigo mesmas, para inibir meus pensamentos. Não sei como tenho a capacidade de me perder em divagações sem nexo. De súbito, sou abordada por um homem. Sou por natureza simpática. Sorri-lhe. Ao que ele começou a gesticular. A princípio quis eu entender. Depois percebi tratar-se de uma cantada barata.  O fulano olhava-me com gestos obscenos. Mirei em volta. Só nós dois e a moça da lanchonete. O que fazia da cena um medo em mim era que a garçonete fingia não notar o homem me desejando com os olhos e com os lábios me jogando beijinhos com ares de tarado.
Passam-se minutos eternos em que o lanche não consegue descer goela abaixo. Apavorada com a situação decido ir ao banheiro, refúgio secreto, creio eu.
Entro no recinto, não percebo que sou seguida. O local estava vazio de uma alma feminina.  O barulho dos ônibus enchia-me o corpo de cenas das grandes cidades. Mulheres sendo violentadas e o som abafado pelo intenso tráfego rodoviário. Um barulho. Volto-me.
Meu coração apertou-se no instante em que nossos olhos se cruzaram. Procurei fingir não sentir pavor. Como um gato com medo de água fria, vejo-me lançada ao primeiro banheiro da entrada à esquerda. Meu rosto preso entre os braços do dito cujo da lanchonete e uma boca a sugar meus lábios com voraz desejo. Eu na minha calça apertada senti o corpo dele armado a uma penetração em mim. Como fugir? Um asco deixou-me sem forças. A voz não saía. Ai! Como escapo dessa, Jesus! Mãe! Minha Virgem Maria!
Uma grossa mão desabotoava minha calça e sentindo que seria a presa fácil daquele corpo, tive medo de mim. Medo de gritar e de ser morta ali ou ser violentada, sem dizer palavra. Um silêncio vindo dele corria-me pela pele como um sinal de que tudo seria com ele desejava. Era alto, corpo forte, umas feições de animal em busca da fêmea. Seus olhos, duas esferas de aço. Minha frasqueira ao chão, ao lado de minhas peças íntimas.
Em meus seios por cima da blusa fina um roçar de barba por fazer. Um cheiro de loção ardida. Sempre tive pânico a filmes de terror. Em cenas de sexo eu abominava as de dores. E meu corpo morria com aquele homem dentro de mim. Seus braços sufocavam-me em um aperto insano de desejos. Uma das mãos dele segurava-me a boca enquanto a outra, dona de meu corpo, jogava-me de encontro ao dele. Remexi as pernas numa tentativa de fuga. Fui lançada ainda mais de encontro à parede, ao que ele aproveitou para me fazer recostar nela e facilitar seu “trabalho”. Então o homem esqueceu o local em que se encontrava e começou a soltar urros incontroláveis. Assustei-me. Minha cabeça deu reviravoltas. Os ruídos dos veículos, buzinas, uma cidade que gritava por vida noturna. Por que eu não encontrava uma pessoa que me trouxesse a salvação daquele ato violento?
Por instantes ele afrouxou meu corpo. Olhou-me com olhos demoníacos e com as mãos tateou minha pele. Uma desceu com carinho até meus braços. O gesto deixou-me sem coragem de reagir. Em minhas pernas descia um líquido pegajoso, um cheiro de coisa ordinária, de um pecado, de uma vergonha. Senti estar no limite de minhas forças. A qualquer momento previa que iria cair ali, no chão, de um banheiro público.
Com as pernas tremendo não mais que meu coração eu o vi afastar-se... Olhos nos meus... Uma necessidade gritar e um som que não vinha...
_Ai! Ah... ah...Não! Não!... Deixe-me...
_Mamãe! Mamãe, acorde! Acorde, mamãe!
_Ai!...Me deixa-... Me deixa... Meu Deus do Céu!
_Mamãe, a senhora estava tendo um pesadelo!

Em pé


Ele
À noite com
Ela
Recostados no muro
Ela
Calcinha de renda
Preta
Seios nus
Numa batalha
Com o vento
Sorriso de mulher
Faceira
A alma em puro êxtase
Eles
Os lábios úmidos
Dos toques de línguas
Em puro transe erótico
Ele
Excita-se
Com os gemidos
No exato instante
Em que os dedos
Descem
Ao esconderijo
Genital feminino
Ele ela
No calor
Do desejo
Ela
Sabe-se
Vibrar ao toque
Das rubras bordas
De sua vulva inquietante
Eles
Entregues
À volúpia
Da flor aberta
E os dedos
Em vai e vem
Lubrificando
O caminho
Ao intumescido
Membro
Que arranca dela
No penetrar
O primeiro grito
De prazer...

Vestido curto

A mulher cruza as pernas. E lá na calçada em frente um homem limpa o suor do rosto.
_ É desses vestidos que eu gosto – curtos.
A mulher passa uma mão pelas coxas.
E o homem, baixando a vista para a própria calça, vira-se de costas. Estava de pênis duro! Meu Deus!

Compromisso conjugal


Os passos eram ouvidos desde a sala. Martelavam no ouvido dela. Mais perto, mais perto. Quando a porta do quarto abriu, ela já tinha o sorriso de sempre – mecânico. Então, ajoelhou e colocou o pênis do marido na boca.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Pensamentos de mulher solteira


A imagem pode conter: árvore, céu, atividades ao ar livre, natureza e água                             Foto: fonte própria. Local: Rio Piracuruca - PI. 


Sempre quis saber se outras mulheres se sentem como eu após um sexo sem carinho. É como se me faltasse algo... Não me entendesse... Algo como “Por que fiz isso mesmo?” ou “Da próxima vez eu não saio com alguém após o conhecer!”.
Talvez eu seja apenas uma mulher solteira buscando carinho... Talvez ainda não tenha sido a hora de encontrar meu “príncipe”, mas vai chegar este momento e serei muito feliz.
Bem, eu sempre penso demais... Todavia que se faz quando o corpo pede por um carinho... ou simplesmente por um olhar mais ousado? Eu... eu gosto de sentir o olhar de um homem másculo em mim! Isso me deixa com energia, com os sentidos a flor da pele!
Lembro-me de um dia em que fui ao mercado, comprar uma carne... E de que quando entrei lá, havia cheiro um de peixe impregnando a banca onde parei. Virei-me com certo ar de nojo. Arrependi-me logo em seguida, pois meus olhos se depararam com um belo exemplar da espécime masculina: moreno, alto e viril. De imediato senti que meus seios intumesciam. Minha cabeça passou a pensar bobagens que nem ouvia direito.
         _ Moça, que carne você quer?
         Senti minha boca úmida e julguei que minha língua estivesse passando por meus lábios... Tal eram meus pensamentos naquela masculinidade... E o cheiro de peixe que ele exalava, ah! Eu quis lamber as escamas que estavam nas mãos dele...
         O açougueiro tornou a me interrogar e, com um suspiro profundo voltei a me concentrar no que tivera ido fazer – minha geladeira estava vazia e eu necessitava de carnes...
         Nesse momento, tive idéias loucas com uma cama coberta de escamas e o pescador (nomeei assim ao vendedor de peixes) me convidando para remar... Cheguei a visualizar peixes enormes nos travesseiros... Hum, que minhas pernas tinham escamas!
         Não é verdade que mulher tem fantasias de homem com pênis enorme. Não é interessante pensar num monte dentro de cuecas. Eu penso é em homens diferentes. E o pescador era real!
Assim, cheia de autoconfiança, dei uns passos até a banca de peixes e comprei alguns. Também descobri que Roberto (nome do pescador) adora sereias!... E hoje à noite (sábado) terei um jantarzinho á base de peixes e meu convidado especial (e único) é Roberto!

        Ah, que ainda aprendo a pescar!