Então, um dia eu fui a uma reunião de trabalho num
restaurante, à noite. Como sempre, precisei ir ao toalete.
_ Vou contigo, Maria! – disse – me a amiga Rita, a quem eu
contara o que ia fazer.
Tudo bem, tudo bem, repeti comigo mesma sabendo que ela não
me veria dentro do cubículo.
Estava, assim, eu despreocupada olhando-me ao espelho (isso
eu ainda não havia ido fazer minha necessidade fisiológica já que o banheiro
estava lotado) quando uma portinha abriu e eu desci a saia e baixei a calcinha.
De imediato sentei-me no vaso sanitário e antes de fazer xixi, levei os dedos
anelar e o médio de encontro á minha vagina. Passei-os entre os pequenos
lábios, na região do clitóris. Ergui os dedos e os levei ao nariz. Sorvi o
perfume – inebriante. Uma espécie de prazer correu-me na pele. A satisfação de
sentir-me uma fêmea, uma adúltera, uma mulher pecadora. Sorri.
_ Ah, Maria, você tem a mesma mania que eu!
Lá estava Rita, minha amiga, com um enorme sorriso nos
lábios. Estanquei. Um misto de vergonha, seguido de uma sensação de estar
perdida apossou-se de mim. E quis olhar, de sofreguidão, quem estava nos vendo.
Felizmente o banheiro estava vazio de outras pessoas. Suspirei e a olhei.
_ Ora, não te preocupa, não! Essa mesma mania eu tenho. É coisa
de toda mulher, acho.
E eu tive de lhe devolver um sorriso de quem tem uma grande
amiga e o sabia. E ela era realmente minha amiga. Foi a parir de então que
costumávamos ir juntas ao banheiro do escritório.
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