Ao entrar na sala do consultório do dentista, tem-se,
momentaneamente, a sensação de que tudo é novo e moderno. Traz um conforto de
que o profissional também seja um recém-formado.
As cadeiras, de uma madeira leve, pintadas de verniz
incolor, tinham entre elas umas mesinhas com revistas. O chão era de uma
cerâmica limpíssima, de cor bege. Chegava a impressão de que o local era bem
cuidado para dar aos clientes o prazer, ou melhor, retirar o medo de virem ao
dentista.
Numa das cadeiras em frente à minha, estava uma mulher de
uns quarenta anos, saia curta, portanto, assim visível, suas coxas grossas e
morenas. De quando em quando, ela folheava a revista que tinha às mãos e, ao
fazer isso, cruzava e descruzava as pernas.
Não dei importância, nem procurei saber que relação os dois
fatos tinham. Concentrei-me no fundo da calcinha, que se notava quando ela
cruzava as pernas. Era uma calcinha preta de renda, muito minúscula, que
deixava entrever os pelos que estavam nascendo nas virilhas. O fato me deixou
excitado, por eu gostar de uma perereca bem cabeluda (tenho esse gosto desde a
adolescência). Olhei mais um pouco, procurando ser discreto, enquanto
entabulava uma conversa com uma senhora de lado. Esta percebeu o que eu fazia
que me cutucou com numa das pernas.
Decerto que eu me
aproveitei e demorei mais o olhar na cena à minha frente. Respirei fundo no
exato instante em que a mulher iniciou o movimento de descruzar as pernas. As
coxas torneadas ainda permitiam uma abertura entre elas o que me deixou em
êxtase para ver o fundo da calcinha preta. Julguei, na minha imaginação, que a
calcinha tivesse um pouco do líquido liberado pela vagina e quase senti-lhe o
cheiro (adoro cheiro de uma piriquita saudável!), o que me deixou com o pênis
ereto.
Desse modo, eu tive que mudar de posição na cadeira, pois
minhas calças apertadas iriam deixar visível o monte gerado por meu órgão
masculino. Todavia, a senhora ao lado notou. Intrigante é que ela sorriu e me
deu outra cutucada nas pernas. Bem safadinha, hem? (Deve ter tido ou ainda
tenha uma vida sexual bem ativa, sei lá! Não entendo da velhice.).
Quase pigarreei, contudo apenas sorri. Meus olhos (com
certeza) eram de um brilho malicioso, que a mulher em frente deu-me aquele
sorriso de bem-vindo. Ela é uma destas deusas que têm nos lábios o sabor
provocante para um beijo. E fiquei mais cativado quando ela passou lentamente a
língua neles – inicialmente a língua ficou com a ponta encostada nos lábios,
depois seguiu-se um contorno da parte superior para a inferior. Em todo o
movimento, os olhos femininos não se desgrudaram dos meus...
Nem percebi que a porta do consultório se abrira e que a atendente
viera chamar a próxima pessoa a ser atendida. A mulher levantou-se, seguiu a
atendente e a salinha de espera ficou com um vazio – uma falta de alguém.a
senhora me sorriu novamente, passou a mão destra em minha coxa esquerda e
comentou:
_ Ela é amante do dentista! E ele tem a idade de ser pai
dela!
Não era um tom de fofoca. Pareceu-me uma forma de me avisar
que eu não alimentasse esperanças vãs. Então, o cretino do dentista estava
pegando a boazuda! Ah, velhote!... Quero ficar velho assim, pensei.
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