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terça-feira, 6 de novembro de 2018

No consultório do dentista



Ao entrar na sala do consultório do dentista, tem-se, momentaneamente, a sensação de que tudo é novo e moderno. Traz um conforto de que o profissional também seja um recém-formado.
As cadeiras, de uma madeira leve, pintadas de verniz incolor, tinham entre elas umas mesinhas com revistas. O chão era de uma cerâmica limpíssima, de cor bege. Chegava a impressão de que o local era bem cuidado para dar aos clientes o prazer, ou melhor, retirar o medo de virem ao dentista.
Numa das cadeiras em frente à minha, estava uma mulher de uns quarenta anos, saia curta, portanto, assim visível, suas coxas grossas e morenas. De quando em quando, ela folheava a revista que tinha às mãos e, ao fazer isso, cruzava e descruzava as pernas.
Não dei importância, nem procurei saber que relação os dois fatos tinham. Concentrei-me no fundo da calcinha, que se notava quando ela cruzava as pernas. Era uma calcinha preta de renda, muito minúscula, que deixava entrever os pelos que estavam nascendo nas virilhas. O fato me deixou excitado, por eu gostar de uma perereca bem cabeluda (tenho esse gosto desde a adolescência). Olhei mais um pouco, procurando ser discreto, enquanto entabulava uma conversa com uma senhora de lado. Esta percebeu o que eu fazia que me cutucou com numa das pernas.
 Decerto que eu me aproveitei e demorei mais o olhar na cena à minha frente. Respirei fundo no exato instante em que a mulher iniciou o movimento de descruzar as pernas. As coxas torneadas ainda permitiam uma abertura entre elas o que me deixou em êxtase para ver o fundo da calcinha preta. Julguei, na minha imaginação, que a calcinha tivesse um pouco do líquido liberado pela vagina e quase senti-lhe o cheiro (adoro cheiro de uma piriquita saudável!), o que me deixou com o pênis ereto.
Desse modo, eu tive que mudar de posição na cadeira, pois minhas calças apertadas iriam deixar visível o monte gerado por meu órgão masculino. Todavia, a senhora ao lado notou. Intrigante é que ela sorriu e me deu outra cutucada nas pernas. Bem safadinha, hem? (Deve ter tido ou ainda tenha uma vida sexual bem ativa, sei lá! Não entendo da velhice.).
Quase pigarreei, contudo apenas sorri. Meus olhos (com certeza) eram de um brilho malicioso, que a mulher em frente deu-me aquele sorriso de bem-vindo. Ela é uma destas deusas que têm nos lábios o sabor provocante para um beijo. E fiquei mais cativado quando ela passou lentamente a língua neles – inicialmente a língua ficou com a ponta encostada nos lábios, depois seguiu-se um contorno da parte superior para a inferior. Em todo o movimento, os olhos femininos não se desgrudaram dos meus...
Nem percebi que a porta do consultório se abrira e que a atendente viera chamar a próxima pessoa a ser atendida. A mulher levantou-se, seguiu a atendente e a salinha de espera ficou com um vazio – uma falta de alguém.a senhora me sorriu novamente, passou a mão destra em minha coxa esquerda e comentou:
_ Ela é amante do dentista! E ele tem a idade de ser pai dela!
Não era um tom de fofoca. Pareceu-me uma forma de me avisar que eu não alimentasse esperanças vãs. Então, o cretino do dentista estava pegando a boazuda! Ah, velhote!... Quero ficar velho assim, pensei.

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